Semana da Mata Atlântica termina com resultados positivos para o Paraná 31/05/2011 - 09:46

Na data que se comemora o Dia Nacional da Mata Atlântica (27 de maio), técnicos e ambientalistas que atuam no setor avaliam como positivas as conquistas para proteção do bioma. O encerramento da Semana Nacional da Mata Atlântica aconteceu nesta sexta-feira (27), em Curitiba, trazendo ao Paraná cerca de 400 pessoas de 17 estados brasileiros, interessados em proteger os últimos remanescentes do bioma no país.

O secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jonel Iurk, disse que o evento proporcionou o debate entre os diversos setores da sociedade e a troca de experiências de sucesso entre os estados.

O presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, reconheceu a evolução do Paraná na proteção do bioma Mata Atlântica – que reduziu em 55% os índices de desmantamento, nos últimos dois anos, segundo pesquisa divulgada, nesta quinta-feira (26), realizada em parceria com o INPE.

“A história do Paraná é outra perto daquilo que agente tinha há 25 anos. O estado perdeu muito da sua área de floresta original, mas tem conseguido conter mais o desmatamento nos últimos anos”, resumiu Mantovani.

Ele também lembrou que o encontro ocorreu em um momento gravíssimo da alteração do Código Florestal. “Este encontro nos permite unir forças e fazer o que nos propomos como organização. A aprovação das alterações no Código Florestal está nos dando ainda mais notoriedade”, enfatiza Mantovani.

Durante a semana Nacional da Mata Atlântica foram debatidos temas como políticas públicas, implementações de legislação, pesquisas como instrumento de conservação, mudanças climáticas e criação e consolidações de Unidades de Conservação, entre outros.

Para Adriano Wild – um dos organizadores do evento, esta Semana da Mata Atlântica mostra que o Paraná está engajado em ações para conservação do bioma. “No Paraná se fala muito das araucárias, que estão inseridas no bioma mata atlântica. Nestes dois dias, o público teve a oportunidade de entender melhor as dificuldades para manejar a grande questão do desmatamento e conservação da floresta”, mencionou Adriano.

O coordenador geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica, Renato Cunha, destacou os projetos apresentados durante a programação e reforçou a importância de que a sociedade reflita a respeito da conservação e restauração da Mata Atlântica

“No Brasil já foi desmatada praticamente 93% da floresta que existia originalmente. É preciso um grande esforço e muita mobilização para reverter este quadro e a participação da sociedade é fundamental”, declarou.

Os membros das ONGs que fazem parte da Rede de ONGs da Mata Atlântica avaliam a semana de maneira positiva. Marcus Vinícius Gonçalves, da ONG 5º Elemento do Rio de Janeiro, ressaltou a oportunidade para discussão de pautas comuns a todos os estados. “Como fazer para implementar projetos de Pagamentos por Serviços Ambientais e a implementação de Planos municipais de conservação da mata atlântica são alguns bons exemplos de debate deste encontro”, disse.

O último dia da Semana Nacional da Mata Atlântica foi dedicado para decisões internas da Rede de ONGs da Mata Atlântica e do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

Além dos debates, a Semana ainda teve oficinas temáticas paralelas sobre economia verde, mudanças climáticas e áreas de risco. Outra atração foi Feira ‘Experiências e Iniciativas de Conservação da Mata Atlântica.