Municípios e universidades debatem tratamento de resíduos orgânicos 25/06/2015 - 16:20

O tratamento adequado de resíduos orgânicos foi tema do 3º Encontro do Grupo de Trabalho Municipal de Meio Ambiente, que reuniu representantes de municípios, universidades estaduais e professores nesta quinta-feira (25), na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Curitiba.

Os participantes integram o R20, grupo formado desde 2008 para acompanhar o trabalho da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos na área de resíduos sólidos.

O evento foi organizado pela secretaria para a troca de experiências entre os modelos de compostagem dos municípios, além da busca de soluções para coleta seletiva, reciclagem de materiais, logística reversa e outras alternativas.

“A ideia é unirmos as entidades que possam contribuir na busca de soluções para esta área. Aproximar um pouco mais as questões ambientais da sociedade e tentar dar uma maior visibilidade aos processos e tecnologias disponíveis”, explica o diretor e professor da UTFPR, Cézar Augusto Romano.

REGRAS – Desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, implantada pelo governo federal, trouxe regras para os municípios.

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos, além da destinação adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).

“Todos precisam contribuir e para isso é necessária uma interação e uma integração entre as entidades e sociedade civil”, explica Vinício Bruni, coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente.

No encontro, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) esclareceu dúvidas sobre a Resolução nº 90/2013, do Conselho Estadual do Meio Ambiente, que estabelece condições, critérios e a qualidade do composto orgânico produzidos por empreendimentos de compostagem de origem urbana. A prefeitura de Marialva, no Noroeste do Estado, apresentou seu atual modelo de compostagem.

Para a bióloga Walquíria Menna, a questão dos resíduos orgânicos é um problema de todos os municípios. “A coleta de recicláveis já existe, mas ainda faltam tecnologias para a compostagem”, explica ela. “A compostagem depende de várias tecnologias e métodos. Um debate como este é fundamental para difundirmos formas práticas de levar a experiência aos municípios e aplicar à nossa realidade.”

LIXO — De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE), em média, cada brasileiro produz 1,1 quilograma de lixo por dia. São coletadas diariamente 188,8 toneladas de resíduos sólidos no país. Em 50,8% dos municípios o destino dos resíduos é inadequado, sendo encaminhados para 2.906 lixões. Em apenas 27,7% das cidades o lixo vai para aterros sanitários e em 22,5% delas, para aterros controlados.

No Paraná são geradas 20 mil toneladas de lixo diariamente e 92,6% são produzidos por 86 cidades que abrigam oito milhões de habitantes.

RESÍDUOS ORGÂNICOS - É todo resíduo de origem vegetal ou animal. Ele é produzido nas residências, escolas, empresas e pela natureza. No processo de decomposição do resíduo orgânico é produzido o chorume, um líquido viscoso e de cheiro forte. O chorume também pode provocar a contaminação do solo e das águas.

Os resíduos orgânicos também podem ser usados para a produção de energia (biogás), já que em seu processo de decomposição é gerado o gás metano. Outra utilidade é a produção de adubo, muito usado na agricultura, através do processo de compostagem.

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