Paraná avança no caminho de Bonn 24/05/2017 - 11:40
No início desse mês, diplomatas do Brasil e de dezenas de outros países se reuniram para uma conferência na cidade de Bonn, na Alemanha, com o objetivo de debater ações práticas direcionadas ao cumprimento dos compromissos assumidos no Acordo do Clima de Paris, em 2015. A meta é garantir que o aumento da temperatura global não ultrapasse 2 graus centígrados e, se possível ainda, se mantenha inferior a 1,5 graus, em relação à temperatura média da era pré-industrial. Transformar compromissos internacionais em políticas públicas e programas de investimento é o desafio a ser enfrentado. Cientistas da ONU afirmam que para atingir as metas acordadas, as emissões globais de carbono devem começar a ser reduzidas já a partir de 2020. A ideia é crescer economicamente ao mesmo tempo em que as emissões são reduzidas.
Segundo o coordenador de Mudanças Climáticas da SEMA, José Rubel, o caso do Brasil exemplifica bem este desafio: “Nosso país enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história e mesmo assim as emissões não param de crescer”. O Brasil se comprometeu com a redução de 37% de suas emissões, até 2025, com base no que foi emitido em 2005.
“As transformações necessárias para viabilizar uma economia pujante, com baixa emissão de carbono e mesmo assim ampliar a resiliência climática do Paraná, devem ser estimuladas localmente. Os municípios, as comunidades e os agentes econômicos locais são indispensáveis para o sucesso desta empreitada”, afirma o Secretário de Meio Ambiente Antônio Carlos Bonetti. Ele cita o Seminário Regional de Meio Ambiente, promovido pela SEMA na Região Sudoeste, como um exemplo de mobilização a partir das estruturas locais e regionais. “Reunir mais de 700 participantes para discutir políticas de desenvolvimento sustentável é muito animador. Vamos promover outros seminários regionais para difundir a urgência em enfrentarmos juntos, governo e sociedade, as ameaças climáticas”.
A SEMA está coordenando um ambicioso programa de Fortalecimento da Gestão de Riscos e Desastres, que já investiu R$ 21,4 milhões e prevê outros R$ 14 milhões em 2017. Radares, estações meteorológicas, super-computador, mapeamento de riscos, cartografia são alguns dos produtos deste programa, que viabilizou ainda um dos mais modernos centros de gerenciamento de desastres do Brasil, construído pela Defesa Civil do Paraná. “A origem da maioria dos desastres está no uso insustentável dos recursos naturais e para enfrentar este problema, que tem múltiplas dimensões, é indispensável a contribuição de diversas instituições tais como a Defesa Civil, IAP, Instituto das Águas, ITCG e Simepar”, salienta Rubel.
SELO CLIMA - Para incentivar o setor produtivo a reduzir suas emissões de carbono a SEMA criou o Selo Clima Paraná. Trata-se de um registro público de adesão voluntária que tem como principal objetivo estimular as empresas instaladas no estado a publicarem inventários de emissões de gases de efeito estufa. Lançado pelo Governo do Estado em abril de 2015 com o apoio da Fiep, o selo já conta com a adesão de 43 empresas, dentre elas a Klabin, Copel, Sanepar, e CSN, que juntas representam cerca de 20% das emissões da indústria do Paraná.