Projeto de Gestão de Riscos e Desastres já apresenta resultados no Paraná 10/07/2013 - 16:40

As ações do Projeto de Fortalecimento da Gestão de Riscos e Desastres no Paraná, desenvolvido pelo Governo do Estado, já estão trazendo resultados positivos. Durante as fortes chuvas ocorridas no mês de junho, as famílias que vivem nas proximidades do rio Marrecas, em Francisco Beltrão, na região Sudoeste do Paraná, puderam ser avisadas com três horas de antecedência de que o nível do rio iria subir.

"As ações integradas do Instituto das Águas do Paraná, Simepar, Mineropar e Defesa Civil possibilitaram a retirada das pessoas que estavam em áreas de risco", explicou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, durante a abertura do workshop Estudos Prospectivos de Inundações, nesta quarta-feira (10), em Curitiba.

Além do alerta antecipado, o trabalho de desassoreamento e rebaixamento da calha do rio Marrecas - realizado pelo Águas Paraná - evitou que o rio transbordasse, mesmo com o aumento considerável do nível da água, que chegou 7,2 metros acima do nível normal.

"Entre os dias 19 e 26 de junho, foram 250 milímetros de chuva em Francisco Beltrão, enquanto a média histórica para o mês não passava de 160 milímetros", ressaltou o presidente do Instituto das Águas do Paraná, Márcio Nunes. O investimento para a dragagem foi de aproximadamente R$ 3 milhões e apenas na primeira etapa foi rebaixado um trecho de 1.650 metros do rio.

A Prefeitura de Francisco Beltrão informa que uma chuva de 145 milímetros, ocorrida em maio deste ano – antes de ser feita a dragagem - alagou as casas de 19 famílias e atingiu dezenas de outras moradias.

WORKSHOP - Prever antecipadamente a alta do rio Marrecas é um dos objetivos das 186 estações hidrológicas instaladas e monitoradas pelos órgãos ambientais do governo em todo o Paraná. Estes e outros trabalhados desenvolvidos pelo sistema de monitoramento dos recursos hídricos do Estado estão sendo apresentados e discutidos durante o workshop Estudos Prospectivos de Inundações, promovido pela Secretaria do Meio Ambiente e pelo Instituto das Águas do Paraná.

Os debates contam com a participação do engenheiro civil Carlos Eduardo Morelli Tucci, que é referência mundial na pesquisa científica sobre recursos hídricos. "O Paraná tem feito muito mais que outros estados, especialmente em medidas não estruturais para atenuar os problemas, como a previsão das cheias. Este controle evita muitos prejuízos, principalmente para as populações ribeirinhas que vivem próximas a grandes bacias hidrográficas". Tucci acredita que o Paraná está na frente porque tem um corpo técnico e científico especializado na área de hidrometria e um instituto próprio para estudar e monitorar os recursos hídricos.

A partir de um mapa de vulnerabilidade, o sistema de monitoramento dos recursos hídricos do Paraná atua com duas frentes: a previsão das cheias, feita pelas estações pluviométricas e fluviométricas, e o aumento da vazão dos rios, garantida pelas obras de dragagem.

O governo estadual está investindo na ampliação e renovação dos equipamentos que compõem o sistema. Mais de 80 novas estações estão sendo implantadas pelo Programa de Fortalecimento da Gestão de Riscos e Desastres em várias regiões do Paraná. Além disso, as estações da Região Metropolitana de Curitiba estão sendo substituídas por equipamentos mais modernos.

"O plano é instalarmos estes equipamentos em todo o Paraná, com prioridade para as áreas de recorrência de cheias que trazem riscos para a vida humana", conta o diretor de Planejamento e Controle do Uso das Águas do Instituto das Águas do Paraná, Norberto Ramon.

O chefe do setor de Hidrometria do Instituto das Águas do Paraná, Paulo Franco, enfatiza a importância de melhorar a estrutura do sistema, ao mesmo tempo em que o Estado busca respaldo na pesquisa científica.

"Este workshop tem o objetivo de definir as linhas que serão seguidas com o intuito de garantir os investimentos nos lugares onde são necessários", explica Paulo Franco. Como exemplo ele cita as regiões que serão abordadas na programação do workshop como estudo de caso: Morretes, no litoral, que é banhado pelo Rio Nhundiaquara; Francisco Beltrão, no Sudoeste, onde fica o rio Marrecas, e os municípios que beiram a bacia do Alto Iguaçu, na Região Metropolitana de Curitiba.

As características e as obras de contenção de enchentes executadas e previstas para essas áreas de riscos estão no centro das discussões do workshop.

GESTÃO DE RISCOS – O Projeto de Fortalecimento da Gestão de Riscos e Desastres, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em parceria com o Banco Mundial, prevê investimentos de R$ 53 milhões. Com isso, os fenômenos climáticos que causam eventos significativos passam a ser reconhecidos e modelados com boa qualidade e com até três dias de antecedência.

O secretário Cheida lembra que os riscos são uma sobreposição de ameaças naturais a uma vulnerabilidade como a ocupação urbana de encostas, áreas de várzeas, implantação inadequada de infraestruturas como estradas, dutos, fábricas e outros.

No início do mês de junho foram entregues pelo projeto um novo radar meteorológico, que será instalado em Cascavel; um sistema computacional de alto desempenho para previsão meteorológica de alta resolução espacial; 100 estações hidrológicas e 15 estações meteorológicas, além da expansão da rede pluviométrica para todos os municípios do Paraná e o Sistema de Gerenciamento dos Riscos e Desastres do Litoral.

O sistema computacional de alto desempenho, que está sendo instalado no Simepar, receberá durante 24 horas informações enviadas pelas estações hidrológicas pluviométricas (que medem a chuva) e fluviométricas (que medem nível dos rios). O sistema irá aprimorar a previsão de cheias e de deslizamentos.


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