Secretaria do Meio Ambiente ressalta parceria agricultura e meio ambiente 26/07/2013 - 16:10

Na data em que se comemora o Dia do Agricultor, 28 de julho, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos reforça a importância do trabalho dos agricultores - que são os responsáveis pela produção dos alimentos no mundo - e a sua contribuição para a proteção dos recursos naturais.

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, lembra que, atualmente, mais da metade das populações residem nas cidades. "Com isso, o meio rural é o espaço onde encontramos os remanescentes florestais, as nascentes e rios e fazendo do agricultor a pessoa mais importante na manutenção e na preservação da biodiversidade e dos recursos naturais", afirma Cheida. "Neste sentido, a soma de esforços do estado com o setor produtivo tem sido a grande ferramenta para a obtenção do equilíbrio ecológico", explica o secretário.

TECNOLOGIA E RESULTADOS - Para a prática da agricultura é inevitável a alteração do meio ambiente e, na maioria das produções, há o uso de agrotóxicos. Em contrapartida, a procura pelo desenvolvimento sustentável está permeando todas as áreas de produção do planeta e o uso de tecnologias para garantir a sustentabilidade na produção é crescente.

No Paraná, o Governo incentiva a produção agroecológica. Para que se tenha uma ideia, no ano passado, 456 escolas de 69 municípios paranaenses, ofertaram alimentos orgânicos para merenda dos alunos das escolas estaduais. Este ano, já são 735 escolas, em 92 municípios e o número de fornecedores também subiu de 10 para 22 cooperativas e associações de produtores orgânicos. Foram destinados R$ 32 milhões para compra de produtos da agricultura familiar.

“Aumentamos em quase 1.500% a destinação de recursos para compra da agricultura familiar, e dentro disto priorizamos produtos orgânicos”, disse o secretário de Estado da Educação e vice-governador, Flávio Arns, em visita à Secretaria do Meio Ambiente nesta semana.

O técnico da Secretaria do Meio Ambiente do Paraná, Enio Neth de Goss, conta que a sustentabilidade na agricultura está baseada na viabilidade econômica da produção, comércio justo e meio ambiente equilibrado. "O Paraná é pioneiro neste modelo produtivo que só traz benefícios ao consumidor e ao meio ambiente. Com a pesquisa e o uso de tecnologias a tendência é crescer" ", completa Enio.

O agrônomo e ecólogo Evaristo Eduardo de Miranda também acredita que técnicas e inovações estão contribuindo muito para a proteção da biodiversidade no campo. Evaristo atua na prevenção de crises ambientais, energéticas e alimentares, no Governo Federal. "Há mais de 20 anos, a agricultura vive uma retração territorial constante de mais de 2 milhões de hectares por ano. Ainda assim, entre os anos de 1976 e 2010, a área plantada com grãos no Brasil cresceu 27%, enquanto a produção aumentou 273%. Em 1970, um agricultor brasileiro produzia alimentos para 73 pessoas e, em 2010, o número saltou para 155 pessoas. A sustentabilidade é uma questão de técnica", acredita. E completa: "O papel da agricultura na preservação ambiental é gigantesco. Ela é capaz de apresentar soluções para conservação da água e da biodiversidade".

PARCERIA - São inúmeras as iniciativas que vem sendo desenvolvidas pelos produtores rurais do Paraná, com o intuito de reduzir os impactos no meio ambiente. Como exemplo estão a preservação de nascentes, o plantio de mudas para recuperação de áreas degradadas, a recuperação das matas ciliares e a conservação da biodiversidade. Além disso, representantes das Cooperativas e da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) participam ativamente do Conselho Estadual do Meio Ambiente, Conselho Estadual de Recursos Hídricos, Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas e Agenda 21 Paraná.

O programa de Recolhimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos - realizado por meio de uma parceria entre o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), Secretaria do Meio Ambiente, Instituto das Águas do Paraná, Secretaria da Agricultura, Emater, Ocepar e Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) - é modelo para o país.

Apenas no ano de 2012, revendedores e agricultores garantiram a retirada de 2.382 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos do campo . Já em 2013, foram 2.563 toneladas de defensivos agrícolas recolhidos. O Paraná é o terceiro estado do país que mais retira embalagens do campo. Desde 2002 já foram destinadas para reciclagem 42.327 toneladas de agrotóxicos no Paraná.

Também está trazendo excelentes resultados para o meio ambiente no campo o projeto, inédito no Brasil, que visa ao recolhimento dos agrotóxicos obsoletos (proibidos por lei). Apenas na primeira fase, foram retirados mais de 1,2 mil toneladas do produto que estavam armazenadas em duas mil propriedades rurais.

Entre os mais conhecidos está o Hexaclorobenzeno (BHC), usado por muitos anos nas lavouras de café e algodão do Paraná e proibido em 1985 por causar câncer e contaminar o solo e os lençóis d'água.

“Não é possível falar em sustentabilidade da propriedade rural diante do perigo da contaminação do BHC para a saúde humana e para o meio ambiente. O Governo do Estado demonstra preocupação com os agricultores e suas futuras gerações”, afirma o secretário Cheida, autor da Lei que torna viável este recolhimento.

Para ele, o sucesso das ações se deve a integração que vai desde a identificação, localização, recolhimento, transporte até a incineração dos agrotóxicos obsoletos.

O presidente do Inpev, João Cesar Meneguel Rando, diz que os agricultores paranaenses atingiram um nível de conscientização que nos permite solucionar um problema de saúde pública e de preservação ambiental. "Sem dúvida o projeto é modelo para país”. Em abril deste ano o programa entrou em sua segunda etapa, com a intenção de dar mais uma chance aos agricultores que ainda possuem produtos proibidos armazenados. O prazo para a declaração e localização dos agrotóxicos vai até o próximo dia 15 de agosto.

NÚMEROS - O Paraná é reconhecido historicamente como um estado essencialmente agrícola. Com uma superfície de 200 mil quilômetros quadrados, o que representa apenas 2,3% do território nacional, o Paraná é o segundo maior produtor de grãos do país. Segundo dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o Paraná deverá colher este ano 38 milhões de toneladas de grãos, que correspondem a 20% da produção nacional. O Paraná é o primeiro produtor de trigo (47%), milho (23%), feijão (27%) e frango (26%). Além disso, o Paraná é o segundo produtor de soja do país com (19%) de participação no ranking nacional.

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