Ação do IAT e Iniciativa Campos Gerais limpa 15 hectares do Parque Pico Paraná 15/09/2025 - 16:45

Uma ação voluntária desenvolvida no fim de semana pelo Instituto Água e Terra (IAT) e a Iniciativa Campos Gerais limpou cerca de 15 hectares do Parque Estadual Pico Paraná, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Ao longo do sábado (13) e domingo (14), um grupo de 15 voluntários munidos de motosserras percorreu a Unidade de Conservação (UC) para remover o pinus do espaço, planta considerada exótica e invasora, uma forma de evitar prejuízos no desenvolvimento das espécies nativas do parque. O IAT é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

A operação foi concentrada nos campos de altitude do Morro do Getúlio, além de três outros pontos ao longo da área escarpada do morro. O helicóptero do Centro de Operações Aéreas (COA) do Instituto foi utilizado durante os trabalhos para ajudar no transporte dos voluntários e de equipamentos para a área da força-tarefa, além de auxiliar na identificação de locais onde o pinus estava presente. A iniciativa contou com o apoio de empresas locais para suporte, infraestrutura e alimentação.

“O pinus é uma espécie que causa um impacto significativo nos nossos ambientes naturais. Ficamos satisfeitos com o resultado, conseguindo eliminar vários espécimes. E a intenção é darmos continuidade a esse trabalho, até conseguirmos eliminar essa espécie totalmente do parque”, afirma a bióloga e chefe do Parque Estadual Pico Paraná, Marina Rampim.

“É a primeira vez que o controle de pinus foi feito no morro. Tinham pinus, inclusive, com mais de 40 anos, e nós conseguimos limpar completamente a região”, acrescenta o promotor do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), do Ministério Público do Paraná, e voluntário da Iniciativa Campos Gerais, Fábio Grade.

ESPÉCIES EXÓTICAS – Para que uma planta seja considerada exótica e invasora, como o pinus, ela precisa se criar e se adaptar fora da sua área de distribuição natural e, sem a intervenção humana, ter a capacidade de sobreviver e proliferar, avançando sobre espécies locais e ameaçando habitats naturais.

De acordo com o Programa do Estado do Paraná para Espécies Exóticas Invasoras, desenvolvido pelo IAT, essa invasão biológica é considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo – a primeira em ilhas e Unidades de Conservação.

PINUS – O pinus é uma espécie de pinheiro da América do Norte, inserido no Brasil há mais de um século para fins ornamentais. Porém, desde 1960 é cultivado em larga escala comercial como matéria-prima em indústrias de madeira, laminados, resina, celulose e papel, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do País.

A dificuldade do controle do pinus se dá pela anatomia das sementes. Elas são leves e possuem um formato que favorece a aerodinâmica para voarem até oito quilômetros de distância da chamada árvore-mãe. Essa dispersão, quando descontrolada, é prejudicial, pois os galhos que caem da árvore, parecidos com um capim, sufocam e impedem a proliferação da vegetação nativa.

PICO PARANÁ – O Parque Estadual Pico Paraná é um complexo ambiental que abriga o maior pico da região Sul do País, com 1.877,39 metros de altitude, e faz a fama de aventureiros e montanhistas. A UC possui cinco picos e um morro que, para serem alcançados, precisam de uma caminhada que varia entre 3,5 km a 10 km.

O parque abriga uma grande diversidade de fauna e flora nativas. A floresta é formada por arbustos, xaxins, trepadeiras, bromélias, orquídeas e samambaias, que convivem com árvores de mais de 30 metros de altura como o cedro, a canjarana, a figueira-branca, a canela-preta e o sassafrás. Também é possível encontrar mais de 71 espécies de animais, como bugios, serelepes, pacas, ouriços, quatis, cutias e jaguatiricas, além da onça-pintada e da suçuarana, ameaçadas de extinção.

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