O governo do Estado vai atualizar seu acervo de imagens de satélites, a fim de aperfeiçoar o monitoramento de risco e ocorrência de desastres naturais no Paraná. O governador Beto Richa autorizou investimento de R$ 300 mil na aquisição de imagens do período de 2008 a 2010. Elas serão incorporadas ao sistema de mapeamento de uso da terra e monitoramento ambiental, cujas imagens mais recentes eram de 2005.

Desenvolvido pelo Instituto de Terras e Cartografia (ITCG), o sistema monitora a dinâmica das áreas de ocupação urbana e rural, além da cobertura vegetal, áreas de agricultura, florestas e reflorestamento. As novas imagens têm resolução espacial média (10 metros), o que permite, por exemplo, identificar quarteirões, edifícios e ruas principais de uma cidade, detalhar áreas florestais e identificar minerações e áreas agrícolas.

“Essas imagens preenchem uma lacuna no sistema e darão ao governo a possibilidade de acompanhar as ocorrências de desastres naturais nas áreas de ocupação e fazer uma previsão de futuros eventos”, explicou o presidente do ITCG, Amílcar Cavalcante Cabral.

O sistema de mapeamento do uso da cobertura da terra e monitoramento ambiental do Paraná integra o Projeto de Fortalecimento da Gestão de Riscos e Desastres (PFGRD), coordenado pela Casa Militar do Paraná, por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, e pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. O projeto já iniciou a aplicação de US$ 22 milhões, provenientes do Banco Mundial, no fortalecimento do sistema de gestão para reduzir riscos, e na melhoria tecnológica e cientifica da capacidade de responder a desastres.

Cabral disse que o acompanhamento das áreas de ocupação e uso do solo se intensificou após as fortes chuvas que atingiram o Litoral em março de 2011, deixando milhares de desabrigados. “Com as imagens será feita uma análise da evolução de eventos catastróficos, o que ajudará a identificar causas”, disse Cabral.

O ITCG também receberá da Companhia Paranaense de Energia (Copel) dados cartográficos que estão sendo capturadas neste ano e em 2013, com resolução de 2 metros (alta resolução). O acordo foi firmado por meio de um convênio, como parte do programa Bioclima, voltado à conservação e recuperação da biodiversidade. Já faz parte do banco de dados do instituto as imagens SPOT 5 com resolução de 5 metros do ano de 2005.